Vós sois a Luz do mundo... Ninguém acende uma lâmpada e esconde debaixo de uma vasilha, mas sim em um candeeiro, onde brilhará para todos que estão na casa. Assim também brilhe vossa luz diante dos homens... (Mc 5, 14-16)

domingo, 20 de maio de 2012

Arrumando a bagunça... Ou não...



Para mim papéis são sagrados! Guardo uma pasta de papéis de carta, várias folhas de fichário que ganhei desde 1997, guardo cartas, recados, bilhetes… Tanta coisa! Me dispor a arrumar tudo isso foi uma luta! Luta com a preguiça e com a memória
Vi recados inocentes, bilhetinhos in the love, cartinhas de amigas, de irmãos… Vi uma parte de mim que eu nem lembrava que existia.
Achei cartões de aniversário que ganhei em 2003 – 16 aninhos… (Cabem todos os suspiros do mundo aqui!)
Parei num diário (sim eu ainda tenho um diário, ok?) de 2007 – eita ano difícil – li, reli, chorei, ri… Sonhei novamente aqueles sonhos
antigos, me vi ainda meio criança crescendo, aprendendo o tal amor puro, familiar… Sofrendo pela certeza da saudade que um dia ia chegar… E, tempos mais tarde, quando ela de fato chegou eu não sabia nada dela, aliás ainda hoje não sei!
Depois, fui para as cartas, os bilhetes, recados… Coisa que esquenta a memória, aguça os sentidos. Pensei: “Se alguém nunca me escreveu um ”Oi”, se não conheço a letra da pessoa… Não conheço a pessoa! Nada com análise de grafia, mas é um conceito meu, oras!”
Essa história de armazenar histórico de msn, e-mails, sms’s e etc., comigo não rola. Eu gosto é do papel, da marca da tinta, do formato das letras.
Passei os olhos num telefone escrito num post-it amarelo a capa de uma agenda: um número, um nome e um branco na memória tão grande que até me assustou!  O tempo passou… Juro que não acreditava que iria sobreviver, mas o tempo passou e eu sobrevivi! Hoje só restou um nome e um número anotados numa agenda esquecida do ano de 2006, ou seria 2007?
Decidi jogar uns diários no lixo, guardar outros… Pois é! Me desfiz de umas memórias físicas, mas as lembranças permanecem ainda aqui, agora mais aguçadas.
Pior acho que agora, por uns dias, a bagunça não estará mais lá fora e sim aqui dentro… A gente erra se arrepende e fica a consciência pesando nos lembrando. A tal da memória, que no meu caso é seletiva, por vezes se atrapalha e escolhe as lembranças erradas para rememorar.
E a gente inventa de cutucar… E faz doer, mas só assim para cicatrizar.

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